O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou nesta quarta-feira, 27, que o governo brasileiro ficaria “contente” em receber Vladimir Putin, caso ele venha ao Brasil para participar da cúpula do G20 em 2024. A declaração foi feita em entrevista exclusiva à BBC News Brasil. “Se ele (Putin) quiser vir, nós estaremos muito contentes que esteja presente e nas reuniões do Brasil”, declarou o ministro. Putin foi condenado, em março, pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra. O Brasil é um dos países signatários do tribunal. Com isso, alguns especialistas defendem que o governo brasileiro poderia ser obrigado pelo tratado a prender Putin. Contudo, Mauro Vieira descartou a possibilidade do Brasil agir nesse sentido por vontade própria. “Nós não tomaremos nenhuma iniciativa para que isso aconteça”, disse. Vieira ainda avaliou que o Brasil não estaria obrigado a cumprir a decisão do tribunal, caso não haja uma ordem. A reportagem da Jovem Pan procurou o Itamaraty para comentar as declarações, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
Em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também afirmou que Vladimir Putin não será detido caso visite o Brasil para participar da cúpula do G20, em 2024. Em entrevista ao canal indiano “Firstpost”, o chefe do Executivo confirmou que o líder russo receberá o convite para a próxima edição. “Eu acredito que Putin pode ir facilmente para o Brasil. Se eu sou o presidente do Brasil e ele for ao Brasil, não há por que ele ser preso. Ele não será preso”, afirmou. A entrevistadora, então, lembrou que Putin foi condenado, em março, pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra. Mesmo o Brasil sendo signatário do tribunal, o presidente brasileiro descartou emitir mandado de prisão contra o russo. “Se você vai prender alguém no Brasil sem autorização do governo, você não estará respeitando o Brasil. As pessoas têm que levar a sério o Brasil e sua independência”, continuou. Na entrevista, porém, Lula o Brasil “é 100% contra a invasão da integridade territorial de qualquer país”, ressaltando que a Rússia invadiu a Ucrânia sem consultar ninguém.
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