A Rússia intensificou nesta segunda-feira, 8, os ataques aéreos à Ucrânia, e matou ao menos quatro pessoas, duas no oeste do país, uma em Krivii Rih e outra ao sul de Kharkiv. Prestes a completar dois anos do conflito, os russos têm apostado em uma nova tática, que utiliza mísseis e drones para saturar as defesas antiaéreas ucranianas. As autoridades ucranianas afirmam que os civis foram alvos dos ataques, os russos alegam ter mirado apenas alvos militares. Diferentemente dos ataques anteriores, as forças de Vladimir Putin optaram por alvejar regiões desprovidas de sistemas de defesa ocidentais mais avançados. O uso de drones e mísseis mais lentos para congestionar as defesas aéreas e abrir caminho para armas mais velozes e destrutivas tem se mostrado um sucesso para a Rússia. Os resultados dos ataques foram evidentes na contabilidade das Forças Armadas da Ucrânia.
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Segundo relatos, todos os oito drones Shahed-136 de origem iraniana foram abatidos, assim como 18 dos 24 mísseis de cruzeiro da família Kh-55/101. No entanto, mísseis hipersônicos Kinjal, Kh-22, sistemas S-400, Kh-31 e balísticos Iskander, que voam a velocidades muito acima da do som, conseguiram atingir diversas regiões ucranianas. A proporção de derrubada de mísseis e drones, 26 de 59, está abaixo do que costuma ser propagandeado por Kiev. Dados oficiais mostram que, entre outubro de 2022 e setembro de 2023, 82% dos ataques aéreos russos foram interceptados pelos ucranianos. No entanto, esses dados também revelam um aumento no uso de drones ao longo do ano, poupando mísseis para a ação atual. A destruição de uma bateria americana Patriot no final do ano passado pode explicar a menor eficiência das defesas ucranianas.
Nos últimos dias, a Ucrânia aumento os pedidos ao Ocidente por mais defesas antiaéreas. Os Estados Unidos forneceram mísseis para o sistema Nasams, mas não lançadores novos. A Alemanha prometeu enviar outra bateria Patriot, semelhante àquela que teria sido destruída em Kiev. No entanto, o problema agora é a falta de recursos. A Casa Branca anunciou que não tem mais dinheiro ou armas para enviar à Ucrânia, a menos que o Congresso aprove uma proposta de direcionar US$ 61 bilhões para a Ucrânia (aproximante R$ 300 bilhões) para o país neste ano. A oposição republicana alega que o pacote de ajuda não contempla a crise migratória na fronteira mexicana, o que tem gerado debates políticos sobre o apoio à Ucrânia na guerra. Os europeus também enfrentam entraves burocráticos para fornecer ajuda militar à Ucrânia. A Alemanha, por exemplo, está sendo pressionada a fornecer mísseis de cruzeiro de longo alcance Taurus, mas se nega a fazê-lo, alegando que eles podem atingir o território russo e configurar uma escalada. Analistas apontam a estreia de mísseis balísticos norte-coreanos fornecidos aos russos como motivo para deixar os pudores de lado.
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