A economia portuguesa registou o oitavo melhor desempenho entre os 35 países da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE).
A análise foi feita pela revista britânica “The Economist” e tem em conta vários indicadores: preços core da inflação, amplitude da inflação (calcula os items no cabaz de bens que subiram mais de 2% num ano), PIB, emprego e preços das ações em bolsa. O período em análise foi entre o quarto trimestre de 2022 e o terceiro trimestre de 2023.
Olhando para Portugal, os preços core registaram uma subida de 3,5%, ao mesmo tempo que a inflação recuou 6,7%. Já o PIB registou uma subida de 1,4% neste período, com o emprego a subir 0,9% e os preços das ações a aumentarem 1,3%.
Portugal surge na oitava posição ex aequo com Espanha, que obteve melhor desempenho no emprego e no preço das ações, mas que esteve pior na inflação.
“Quase todos esperavam uma recessão global em 2023, à medida que os banqueiros centrais aumentaram taxas de juro para arrefecer a inflação. O consenso estava errado. O PIB global cresceu provavelmente em 3%. Os mercados laborais aguentaram. A inflação está a descer. Os mercados de ações subiram 20%”, escreve a “Economist” no ranking publicado em dezembro.
Há um ano, Portugal surgia na segunda posição neste ranking, apenas atrás da Grécia, e com a Irlanda a fechar o pódio.
Na ocasião, o PIB tinha avançado 2,9%, os preços tinham subido 9,6%, com a amplitude da inflação a ser de 82,4%, enquanto o preço das ações tinha subido 7%, e a dívida pública sobre o PIB a recuar 12%.
A lista é liderada pela Grécia, com um disparo acima de 40% nas ações, emprego e PIB a crescerem acima de 1%, e inflação a recuar 13%.
É o segundo ano consecutivo que a Grécia lidera esta lista, “um resultado notável para esta economia que até recentemente era sinónimo para má gestão”, segundo a “Economist”.
No pódio, segue-se a Coreia do Sul e os Estados Unidos no ranking com recuos na inflação, e subidas do emprego e PIB.
A Irlanda registou a maior quebra do PIB (-4,1%), com a Estónia também a registar uma recessão (-2,6%), seguidos da Áustria (-1,5%), dos Países Baixos (-1,1%) e da Islândia (-1,0%).
O maior desempenho vem da Turquia (3,3%), Polónia (2,9%), México (2,6%), EUA (2,3%), Israel (2,3%), Coreia do Sul (1,6%) e Portugal (1,4%).
Nos últimos lugares da tabela surgem algumas surpresas, como a lanterna vermelha Finlândia, fortemente afetada pela sua dependência energética da Rússia, com inflação a crescer acima de 6%, PIB de -0,4%, emprego a crescer 0,5% e preço das ações a recuar 12%.
Segue-se a Islândia e a Áustria, com este último a registar um recuo de 1,5% do PIB.
Na 30ª posição, o Reino Unido teve crescimentos anémicos do PIB e do emprego e viu o preço das ações a recuar.
Na 27ª posição, a Alemanha registou um disparo de 19% da inflação, com o PIB a ficar inalterado.