O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, e o secretário das Finanças, Pablo Quirno, apresentaram nesta sexta-feira, 5, uma proposta aos representantes de bancos locais e estrangeiros que operam na Argentina, na qual o presidente argentino, Javier Milei, propõe a conversão da dívida interna em pesos, no valor de mais de US$ 71 bilhões. O objetivo do governo argentino é estabilizar a economia com esta medida. A intenção é emitir novos títulos em pesos a partir de fevereiro para trocar pelos vencimentos de 2024, o que poderia resultar na maior rolagem da dívida interna da história do país. Caputo e Quirno afirmaram que a troca de dívida será voluntária e que os títulos serão adaptados às necessidades dos bancos. A proposta inclui a emissão de obrigações indexadas à inflação com vencimento em 2025, 2026 e 2027 como uma alternativa possível para o swap. A intenção é colocar os títulos a preços de mercado.
Os pagamentos da dívida do Tesouro argentino em moeda local para este ano estão estimados em 57,5 trilhões de pesos (equivalente a US$ 71 bilhões pela taxa oficial). Essa dívida inclui notas com pagamentos de juros atrelados à inflação, ao câmbio e títulos de taxa fixa. A proposta de conversão da dívida se soma às medidas adotadas por Milei em seu primeiro mês no cargo, como a desvalorização de 54% do peso e cortes drásticos de gastos para corrigir o déficit crônico e a inflação.
A Argentina enfrenta desafios urgentes, como o pagamento de quase US$ 1 bilhão em juros aos credores de Wall Street na próxima semana e uma decisão judicial em um caso de US$ 16 bilhões relacionado à estatal petrolífera YPF. Apesar da desvalorização do peso em dezembro, o banco central conseguiu recuperar cerca de US$ 3 bilhões em reservas estrangeiras e reduzir a diferença entre as taxas de câmbio oficiais e paralelas. No entanto, investidores estão preocupados com a sustentabilidade das políticas adotadas por Milei e esperam uma pressão crescente sobre a moeda argentina nas próximas semanas.
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