A trégua entre Israel e o Hamas foi estendida por mais um dia, até sexta-feira, 1º, conforme anunciado por ambas as partes minutos antes do término da pausa nesta quinta-feira, 30. A informação foi confirmada pelo Catar, país mediador do conflito. Inicialmente acordada por quatro dias e prorrogada por mais 48 horas, a trégua, que se encerraria às 7h do horário local (2h de Brasília), foi estendida diante da pressão dos mediadores. O Exército de Israel anunciou, momentos antes do prazo final, que a pausa operacional continuaria, destacando os esforços para liberar reféns. O grupo terrorista islâmico Hamas confirmou o acordo para “prorrogar a trégua pelo sétimo dia”. Horas antes, o Hamas havia acusado Israel de rejeitar a extensão, apesar da proposta do movimento de liberar reféns.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que chegou a Israel, afirmou que a trégua “está apresentando resultados” e deve continuar. Blinken destacou o retorno dos reféns e o aumento da assistência humanitária em Gaza como resultados positivos. “Nós vimos durante a última semana o desenvolvimento muito positivo do retorno dos reféns para suas casas e do reencontro com suas famílias”, disse Blinken em um encontro com o presidente de Israel, Isaac Herzog, em Tel Aviv. O acordo de trégua, iniciado em 7 de outubro, permitiu a libertação de reféns em poder do Hamas e palestinos detidos em Israel. A comunidade internacional pressiona por um “verdadeiro cessar-fogo humanitário”, enquanto as partes alertam para a retomada dos combates caso a trégua não seja renovada.
O braço militar do Hamas determinou que seus combatentes mantenham a “preparação militar com a previsão de uma retomada dos combates se a trégua não for renovada”. O porta-voz das Forças Armadas de Israel, Doron Spielman, disse que as tropas entrarão “em modo operacional muito rapidamente e prosseguirão com os objetivos em Gaza” caso a trégua expire. Na quarta-feira à noite, o Hamas libertou mais 10 reféns israelenses, além de quatro tailandeses e dois russo-israelenses à margem do acordo. Pouco depois, a autoridade penitenciária de Israel anunciou a libertação de mais 30 detentos palestinos. O Catar informou que o grupo inclui 16 menores de idade e 14 mulheres.
Entre as pessoas liberadas estava Ahed Tamimi, uma ativista de 22 anos que virou símbolo da causa palestina contra a ocupação israelense. Durante a noite foram registrados confrontos entre palestinos e forças de segurança israelenses perto da prisão de Ofer, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, um incidente que terminou com um palestino morto, segundo o Ministério da Saúde.
*Com informações da AFP
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