Yekaterina Duntsova, uma ex-jornalista de TV e que foi impedida de se candidatar às próximas eleições presidenciais da Rússia, apresentou um recurso na Suprema Corte, nesta terça-feira, 26. No último sábado, 23, os membros da comissão eleitoral central votaram por unanimidade pela rejeição da candidatura de Duntsova, citando “numerosas violações” nos documentos que ela apresentou em apoio à sua candidatura. À Reuters, a pré-candidata, que se opõe à invasão na Ucrânia, deixou claro que não espera ter sucesso com o recurso. A mulher de 40 anos, porém, disse que foi injustamente impedida de participar da disputa com Vladimir Putin, mandatário que está no poder como presidente ou primeiro-ministro há mais de 20 anos.
Ao não a deixar concorrer, Duntsova afirmou que as autoridades privaram alguns jovens russos de uma forma de expressar as suas opiniões dentro de um sistema político rigidamente controlado. Isso, afirmou a ex-jornalista, corria o risco de alimentar a apatia e um boicote às eleições de março por parte de alguns eleitores. “Tenho a sensação de que o campo (de candidatos) está sendo limpo… Não é vantajoso para vocês (autoridades), acima de tudo, que não reste ninguém, que a lista de candidatos (apenas) inclua pessoas com mais de 70 anos”, disse. “Onde estão os representantes dos jovens? Onde estão os representantes das pessoas que querem falar sobre a paz, sobre os valores democráticos, sobre a reforma, sobre a confiança no instituto do poder?”, acrescentou Duntsova.
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*Com informações da Reuters