A retrospetiva “Tsai Ming-Liang, Tempo do Desejo” inclui as obras de ficção para cinema do realizador, assim como “um conjunto de curtas e longas-metragens que quebram barreiras de género”, num total de 13 títulos, como se lê no comunicado hoje divulgado.
Tsai Ming-Liang, que o Batalha define como “um dos nomes maiores do cinema contemporâneo”, nasceu na Malásia no seio de uma família chinesa, estudou em Taiwan onde iniciou a sua carreira como realizador, sendo associado ao Novo Cinema de Tawain, movimento encabeçado por cineastas como Hou Hsiao-Hsien e Edward Yang.
Distinguido em festivais como o de Cannes e Veneza, é apresentado como “mestre do cinema contemplativo, autor de uma prolífica filmografia, que inclui o célebre ‘O Sabor da Melancia'”.
Tsai Ming-Liang distinguiu-se desde cedo “pelos seus retratos da solidão urbana, tingidos de erotismo e desejo, e pelas longas colaborações que estabeleceu com um grupo de atores que, recorrentemente, interpretam as mesmas personagens”, indica a apresentação da retrospetiva.
É o caso de Lee Kang-Sheng, “uma das constantes na sua obra, notável pela sua atuação tão penetrante como silenciosa, em enredos celebremente minimalistas, ambientados em espaços citadinos desoladores”.
Em 2013, o cineasta anunciou que se retiraria da realização de filmes narrativos, acentuando uma linha que já vinha a desenvolver. Desde então, prossegue o comunicado do Batalha, Tsai Ming-Liang tem explorado as possibilidades da arte e dos espaços expositivos de museus e galerias.
“Visage”, de 2009, foi assim o primeiro filme a ser incluído na coleção do Museu do Louvre.
O interregno no cinema narrativo não seria, contudo, definitivo e em 2020 Tsai Ming-Liang voltou ao grande ecrã com a longa-metragem de ficção “Days”.
Estes dois filmes serão projetados no Batalha.
A retrospetiva inclui ainda “Rebels of the Neon God” (1992), premiado nos festivais de Singapura, de Tóquio e dos Três Continentes, em Nantes, “Vive l’amour” (1994), Leão de Ouro no Festival de Veneza, “The River” (1997), Urso de Prata no Festival de Berlim, e “The Hole” (1998), vencedor do Prémio da Crítica em Cannes.
Dos anos 2000, serão exibidos “What Time Is It There?” (2001), “Adeus, Dragon Inn” (“Goodbye, Dragão Inn”, 2003), prémio da crítica em Veneza, que chegou a Portugal em 2005, “O sabor da melancia” (“The Wayward Cloud”, 2005), distinguido em Berlim, que também teve estreia em Portugal, e ” I Don’t Want to Sleep Alone” (2006), Prémio ‘CinemAvvenire’, em Veneza.
“Cães errantes” (“Stray Dogs”, 2013), Grande Prémio Especial do Júri em Veneza, “Afternoon” (2015) e “Sand” (2018) são os outros filmes programados para a retrospetiva do Batalha, além de “Visage” e “Days”, que fez parte da programação do Festival IndieLisboa de 2020.
Em 2008, o realizador concebeu a instalação “Erotic Space” para o festival Curtas Vila do Conde, que venceu no ano seguinte, na área de ficção, com “Madame Butterfly”.
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